quinta-feira, 1 de março de 2012

Pesquisadores avaliam qualidade do ar na região da Mata Santa Genebra

Equipe de Biólogos do Instituto
Da Redação, Campinas - Uma equipe de pesquisadores e estudantes do Instituto de Botânica, de São Paulo, está monitorando a qualidade do ar em algumas cidades da Região Metropolitana de Campinas. O objetivo geral deste trabalho é avaliar os efeitos da poluição atmosférica gerada pelas atividades antrópicas (causada de origem humana) sobre fragmentos florestais. 

Entre os locais estudados, encontra-se a Mata Santa Genebra. A importância da décima maior Unidade de Conservação do país, uma das remanescentes de Mata Atlântica, foi determinante para a escolha dos biólogos. Sem contar a sua rica flora e os dados científicos disponíveis provenientes de trabalhos de outros grupos de pesquisa.

Para isso, utilizam a metodologia do biomonitoramento ativo, onde variedades específicas de espécies vegetais cultivadas em condições padronizadas, respondem a determinados poluentes aéreos, assim como também do biomonitoramento passivo, no qual, espécies vegetais da flora local são avaliadas. O projeto foi iniciado em junho de 2009 e tem previsão de término no primeiro trimestre de 2014. 
Aparelho usado para a pesquisa instalado na Mata Santa Genebra
A frequência de visita na Mata é quinzenal, para a realização do biomonitoramento ativo, e semestral para o biomonitoramento passivo. No primeiro caso, os biólogos utilizam bromélias (Tillandsia usneoide e Aechmea fasciata), tabaco (Nicotiana tabacum Bel W-3), azevém (Lolium multiflorum ssp. italicum cv. Lema) e goiabeiras (Psidium guajava ‘Paluma’) que são expostas nas adjacências da floresta por 15 a até 3 meses, dependendo da espécie. 

Para acompanhamento das variáveis climáticas, o grupo instalou na Unidade de Conservação de Campinas alguns coletores de deposição seca e úmida e uma mini estação meteorológica. Ainda, a qualidade do ar é monitorada com amostradores passivos para NO2 (poluente dióxido de nitrogênio) e O3 (poluente ozônio). 

Já no interior da Mata, os pesquisadores fazem a coleta de algumas espécies arbóreas (Astronium graveolens, Piptadenia gonoacantha e Croton floribundus), assim como de solo e serapilheira. Neste caso, os biólogos permanecem de uma a até três semanas no local para concluir a pesquisa.

Poluição em São Paulo é a maior desde 2004

A qualidade do ar piorou nos últimos oito anos em São Paulo como aponta a pesquisa realizada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) do estado. Apesar do número elevado de chuvas e a implantação da inspeção veicular, os registros de poluição não diminuíram.

Na capital paulista o número de dias em que a qualidade do ar piorou aumentou 146%, isso só nos primeiros sete meses do ano passado.

- Ainda que a umidade tenda a melhorar a qualidade do ar, o aumento no número de veículos minimiza esses efeitos", disse ao portal UOL, Maria Lúcia Pereira Antunes, professora do curso de Engenharia Ambiental da Unesp, especialista em poluição atmosférica.

O Ministério do Meio Ambiente reforça a solicitação de ampliar planos de ação para a inspeção veicular em mais estados pelo Brasil. Hoje, São Paulo e Rio Janeiro cumprem esta medida.


Colaborou Carla Zuliane

Nenhum comentário:

Postar um comentário